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A chegada do verão é um convite às brincadeiras com água. Piscina e praia se tornam o lugar de desejo de muitas famílias que querem aproveitar os dias de descanso das férias escolares e mesmo de trabalho. Mas se o momento inspira o relaxamento, existe algo que não deve do radar dos pais: as crianças. Isso porque, a cada dois dias, uma criança morre afogada em casa, no Brasil. O dado é da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), que alerta ainda que o afogamento é a segunda causa de morte entre um e quatro anos de idade, a terceira causa entre os 5 e 14 anos e a quarta, entre os 15 e 19 anos.
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Mais de 90% das causas de mortes por afogamento acontecem porque as pessoas ignoram os riscos, não respeitam os limites pessoais e não sabem como agir no momento. Os mesmos motivos valem para os pais que subestimam a ameaça da água para as crianças, e superestimam a capacidade dos filhos de se protegerem. E como explica David Szpilman, diretor médico da Sobrasa, o afogamento não pode ser considerado um acidente porque tem prevenção, e os pais precisam entender que o risco da água para a criança é diferente daquele para o adulto.
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Riscos iminentes
Há dois fatores fundamentais que as pessoas, especialmente as famílias, devem ficar atentas ao se prevenirem contra afogamentos: o risco do ambiente e o comportamento de risco. “O risco do ambiente varia. Na piscina será um, na praia, cachoeira, lago e represa serão outros”, explica Szpilman. “Cada local com água tem um risco diferente, e varia conforme a idade da pessoa. Por exemplo, uma piscina em uma casa tem um risco pequeno para o adulto que, mesmo sem saber nadar, podem facilmente chegar à borda. Além disso, as piscinas residenciais, em geral, são rasas. Mas essa mesma piscina apresenta um risco grande para uma criança de dois anos. Então, deve-se cercar a piscina, evitar que a criança entre nessa área, e assim diminuir o risco”, alerta.
Escolhas menos arriscadas
Além dos riscos que os ambientes aquáticos impõem aos pais, eles devem ficar atentos também aos comportamentos de risco. “Um pai em uma piscina infantil, que coloca uma boia de braço na criança, e sai para conversar com os amigos, interpreta a boia como um objeto de segurança e que evitaria o afogamento da criança. Em parte ele tem razão. Mas, a boia pode furar, a criança pode perdê-la, alguém pode afundar a criança na piscina mesmo com a boia. Então, o risco continua. Deixar de ter a supervisão do pai é um comportamento de risco”, explica o médico.
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Agora pensando nos filhos adolescentes e jovens, há outro fator de risco: a mistura de ambientes com água e bebidas alcoólicas. Em mais da metade (70%) do total de mortes por afogamento no Brasil, de acordo com dados da Sobrasa de 2019, 20% das pessoas faziam uso de bebidas alcoólicas. Elas reduzem a avaliação do risco. A idade mais frequente das vítimas era de 15 a 19 anos, os homens são vítimas nove vezes mais frequentes que as mulheres.
“Uma pessoa que vai à praia e não identifica onde está a corrente de retorno, está em risco. Ela ignora a situação, o que é muito comum, ou não tem informações suficientes sobre o local. Tem aquele que bebe na praia e quer entrar no mar. Água e álcool não combinam, porque aumentam o risco de afogamento. Ou mesmo uma pessoa resfriada que quer entrar na água. Ela não tem a mesma competência para enfrentar aquele risco”, reforça o especialista.
Fatores de risco conforme o ambiente:
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Piscina
Há uma cerca ou grade que impeça a entrada, sem supervisão de um adulto, das crianças? Se não houver, fique atento à criança.
A piscina está coberta e presa, ou solta? De qualquer forma, os pais devem ficar atentos aos passos da criança.
Há um guarda-vida presente, no caso de uma piscina coletiva? Se não houver, fique sempre próximo e observando a criança.
Há sucção? Crianças de 4 a 12 anos, mesmo sabendo nadar, morrem pela sucção das bombas em piscinas, segundo dados da Sobrasa.
A criança na piscina terá a observação constante do pai e da mãe ou responsável? Se não tiver, não permita a entrada dos filhos na água.
Praia
Há bandeiras vermelhas indicando que aquela área não serve para banho? Procure por áreas liberadas.
Há guarda-vidas próximos? Procure por uma área em que o guarda-vidas esteja observando.
Crianças estão sozinhas na água? Vá até elas ou fique bem próximo, observando atentamente.
Rios, lagos e represas
Respeite as sinalizações e evite os locais que indicam serem impróprios para banho.
Rios de corredeiras? Não entre, e nem deixe as crianças entrarem.
Está em embarcações? Use sempre o colete salva-vidas e o coloque nas crianças.
Rios sem corredeiras? A água não pode ultrapassar o joelho.
Fonte: Gazeta do Povo.